O flagelo dos incêndios
Quem já se esqueceu do terrível incêndio que se verificou em Setembro de 1985 que deixou a Serra do Marão (3000 hectares area ardida) de luto ceifando a vida a animais e destruindo muitos dos bens conquistados com sacrifício e suor ao longo de uma vida e agora que a vida brota por todos os poros da Serra, não podemos facilitar nem um segundo, e o trabalho de cada um de nós na defesa do Marão poderá ser fundamental para um futuro, que não seja nefasto para os nossos vindouros.E o que podemos nós fazer?
1-Quem não gosta de passear na Serra, e é nesses dias que devemos redobrar a nossa atenção para qualquer movimento estranho que surja na Serra devendo de imediato contactar as entidades responsáveis.
2-Devemos incutir nos nossos filhos, e eles são o futuro, um amor à natureza ou seja uma boa cultura ambiental.
3-Com o abandono dos espaços rurais e o consequente abandono da agricultura as pequenas matas e os terrenos que quase toda a população possui são autênticos barris de pólvora, acho que não é muito esforço se despendermos 3 ou 4 dias do ano para efectuar uma limpeza aos matos que por ai abundam, mas muita atenção com as queimadas sem o conhecimento dos Bombeiros Voluntários (uso negligente do fogo é causador em 26,8% dos incêndios).
4-Todos falam com preocupação dos incêndios, mas esquecem se por vezes de limpar a vegetação até junto das suas habitações.
Mas se nós podemos fazer pequenas grandes acções os nossos governantes podem fazer muito mais .
1- Se não terminarem com o negócio dos incêndios e digo negócio porque enquanto houver gente a enriquecer com os incêndios que o digam as empresas de combate a incêndios com meios aéreos em que um helicópteros poderá voar por 4000€ /hora e um Avião por 7000€ /hora, e já agora pergunto porquê não utilizar os meios aéreos da força aérea no combate a incêndios ,porquê com os milhões de Euros que se gastam anualmente o Estado adquirir os seus próprios meios se calhar daqui a sete ou oito anos haveria meios suficientes para formar uma empresa pública de combate a incêndios em que esses meios aéreos fora da época de incêndios podiam ser utilizados no transporte de doentes e traumatizados, e na própria vigilância da floresta.
2-Planeamento e uma redefinição da gestão do território.
3-Apoio a agentes profissionalizados no combate a incêndios, bombeiros e sapadores florestais, e neste caso posso criticar o governo porque apoio a criação de uma equipa de sapadores em Ansiães e na zona da Serra da Meia Via e depois de mostrarem um excelente trabalho e utilidade cortam lhe ao apoios deixando a cargo dos diversos Conselhos Directivos de Baldios responsabilidade de remunerar todos os encargos com estas equipas.
4-Selecção de arvores menos susceptíveis de incêndio como são o caso das espécies pioneiras ex: carvalho, castanheiro, freixo.
5-Prevenir os incêndios com uma vigilância apertada, porquê não incentivar as pessoas que se encontram no fundo do desemprego e dar lhes um acréscimo ao subsidio do desemprego e coloca-las a guardar a floresta o mesmo se aplica aos nossos militares (causas intencionais35,5% dos incêndios), já agora pergunto por onde andam os guardas florestais e porque foram abandonadas centenas de casas espalhadas pela floresta ,não seria melhor entrega-las ás Juntas de Freguesia ou aos Conselhos Directivos de Baldios e estes utiliza-las para turismo.
6-Criação de faixas de redução e de interrupção de combustível, e aumento dos pontos de água na floresta.
7- Criação de uma legislaçãomais "dura" e de um conjunto de medidas que castiguem os infractores.
E estes últimos anos não nos permitem refrear os esforços e com o aumento da temperatura global como se tem verificado são factores que agravarão o flagelo dos incêndios, e se todos nós contribuirmos com o que está ao nosso alcance de certeza que dias melhores virão e assim estaremos a contribuir um futuro melhor para os nossos filhos.
Dados da Comissão Europeia dos Países Europeus com mais área ardida em hectares.
Se compararmos por ex: França e Espanha que têm áreas territoriais de 550.000 e 505.954 km2 com Portugal Continental que tem uma área de 91.954km2 quase 6 vezes menor que a França e em termos de área ardida em 2005 Portugal houve 14 vezes mais que em França e 2 vezes mais que em Espanha.